segunda-feira, 6 de junho de 2016

Do que adianta ter arenas modernas? Se parte do público se comporta como se tivesse na pré-história


São eles que empurram o time, são eles que estão em todos os jogos, e são eles que, também, criticam quando o time vai mal. Pena que eles estão cada vez em menor número por conta de atitudes anti-esportivas. As torcidas organizadas de futebol estão passando do importante papel de apoiar o time para grupos organizados de confusão, ou até papéis piores: estão, cada vez mais, na condição de marginais. Quando as torcidas organizadas vão compreender que o descontrole e ira, causado pela inconsequência, são um dos motivos de afastar o torcedor comum dos estádios?

Apesar de nunca ter participado de uma torcida organizada, embora já tenha acompanhado alguns jogos (fora do Estádio) bem próximo, sempre achei importante aquela energia, todos vibrarem por um único motivo. E quando sai o gol? Aí a explosão é grande, a alegria de torcer cresce mais e mais. Pena que nem tudo são flores.

Fato é que torcidas detestam quando criminalizam suas organizações, quando são criticados duramente pela imprensa - mas o que os presidente das mesmas têm feito para mudar o cenário? Nada! Mas eu gostaria que membros parassem para pensar: se realmente não há motivos para tal julgamento? Sim, há motivos, motivos esses que nunca param de crescer. Ontem foi a vez do Mané Garrincha ( jogo entre Flamengo x Palmeiras pela rodada do campeonato brasileiro) se transformar em palco para mais uma atitude nada esportiva , e totalmente acovardada, resultando na hospitalização (grave) do torcedor Evandro Gatto. Não estou aqui para salvar ou colocar o Evandro na condição de anjo, pois pouco sei sobre os fatos que deram início ao confronto. Sabe-se que mais uma vez foi a rivalidade entre torcidas organizadas.

Mas o mais preocupante é as consequências que as guerras entre torcidas afetam terceiros. Quantos familiares não sofreram ou estão sofrendo por conta da brutalidade causada por puro ódio? E o número de pessoas que deixam de frequentar estádios por conta do medo? E os que ainda se arriscam, não conseguem se divertirem por completo. É um olho no jogo e outro na multidão, pois qualquer foco de confusão é preciso correr para se proteger. E o quanto o futebol não perde?

É notório que o futebol brasileiro vem sofrendo uma crise de identidade, público e finanças. E acredite, torcedor - principalmente de torcidas organizadas -, tais atitudes, como as que aconteceram ontem (domingo), nada ajudam para levantar a moral do esporte mais querido pelo brasileiro. Quando eu vejo uma cena de 10 ou mais pessoas atacando um único ser, eu não consigo acreditar que ali exista paixão pelo clube, e se os caçadores de confusão acreditam que é por amor ao time, é melhor vocês repensarem seus conceitos sobre torcida, estádio e futebol.  Os nossos estádios precisam de crianças, famílias, precisam de pessoas para acrescentar na festa. Pena que, cada vez mais, o medo toma de conta do torcedor.  

sábado, 4 de junho de 2016

"Brasil sil sil"



Há muito tempo que a nossa seleção brasileira não encanta, não traz aquela vontade de torcer, de acompanhar cada lance - até parece o meu São Paulo algum tempo atrás,  um tempo não tão distante, graças a nova direção e elenco as coisas parecem tomar novos rumos. Voltando à seleção, a realidade é que temos um técnico questionado, uma convocação duvidosa por conta dos últimos desfalques. E o mais preocupante: com as convocações os clubes que tanto lutam para conquistar algo, ficam em situação desfavorável.

Se você perguntar para algum amigo(a) sobre o futebol da seleção, a resposta será vazia ou com muitas críticas sobre o desempenho. Se você convidar algum amigo(a) para assistir o jogo do Brasil, o convite será muito bem aceito, mas o maior interesse não será o futebol, e sim, o churrasco, a cereja, as conversas, o reencontro. Futebol? Ah, a TV fica ligada, quem quiser ver fica a vontade, e olha que em muitos casos retiramos o áudio e fica apenas a imagem. E se for gol do Brasil? Você ainda escutará alguns fogos de torcedores iludidos.  

Antes mesmo da Copa América Centenário iniciar, a convocação do técnico Dunga veio por água abaixo. Quantos foram os desfalques? Douglas Costas, Kaká, L. Gustavo, perdi as contas. Se há algo por trás do número de desistências e argumentos para cair fora, eu não sei, mas a verdade que por conta das desistências, Dunga tem um time que não é o ideal que ele planejou para o torneio. Sem querer desmerecer os substitutos, muito pelo contrário, até acho que em uma seleção séria, com vontade de competir, eles são os jogadores certos, até mais dos que muitos que sempre foram convocados e pouco fizeram. 

E os clubes dos jogadores convocados? Aí é o preocupante. Na Europa nem tanto, já que os principais campeonatos estão em fase de férias. Agora no Brasil a situação é diferente, o campeonato brasileiro começou agora, muito importante para muitos times ganharem disposição e força para chegar ao título ou até mesmo a fase de grupos da libertadores. Sem contar que ainda tem a taça libertadores, no caso, o São Paulo Futebol Clube ainda disputa a competição, e temos dois jogadores importantes na seleção: P.H Ganso e Rodrigo Caio. 

Qual a expectativa do torcedor são paulino? Que seus dois craques voltem como saíram do clube, sem lesões, ego inflado e cabeça focada na Libertadores. Sim, pois muitos jogadores que são convocados voltam com outra cabeça, não sei explicar, talvez seja logo a vontade de ir para à Europa, enfim. Veja o caso do jogador Casemiro (hoje no Real Madrid), foi convocado para seleção sub-20, após o seu retorno nunca mais rendeu o que era, enfrentou vário problemas, saiu do SPFC com a moral lá em baixo, felizmente para o torcedor merengue, hoje ele está muito bem no poderoso Real. 

O fato é que o torcedor brasileiro vive de nostalgia, muitos guardaram o "É tetra, é tetra" do Galvão Bueno (prefiro narração de rádio do que a voz do Galvão, porém, ele é o querido da maioria, pelo menos eu acho), ou até mesmo os lances matador de Ronaldo, o fenômeno, na copa de 2002. É Brasil, o que seria da gente se não existisse registros, um passado de glórias e histórias de quando o Brasil era respeitado no futebol?